Origem e História do Piso Tátil: Da Criação à Norma Brasileira

O piso tátil, essencial para a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência visual, tem uma história fascinante que remonta ao Japão na década de 1960. Foi lá que o inventor Seiichi Miyake desenvolveu o primeiro protótipo de piso tátil, inspirado por um amigo que estava perdendo a visão. A ideia era simples, mas revolucionária: criar uma superfície que, ao ser tocada com os pés ou uma bengala, orientasse as pessoas cegas ou com baixa visão em espaços públicos.

O primeiro piso tátil foi instalado em 1967 na cidade de Okayama, no Japão, próximo a uma escola para pessoas com deficiência visual. Rapidamente, a invenção ganhou reconhecimento e se espalhou por todo o país, tornando-se um padrão em estações de trem, calçadas e cruzamentos.

A partir dos anos 1980, o conceito começou a ser adotado em outros países, como Estados Unidos, Canadá e na Europa, sempre com o objetivo de promover a segurança e autonomia de pessoas com deficiência visual. No Brasil, a chegada do piso tátil foi um marco importante no movimento pela acessibilidade.

Em 2004, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a NBR 9050, que estabelece padrões para acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Essa norma trouxe diretrizes específicas para a instalação do piso tátil, definindo dois tipos principais:

  • Piso tátil de alerta: com textura em forma de troncos de pirâmide, usado para sinalizar obstáculos, desníveis ou áreas de risco.
  • Piso tátil direcional: com textura em barras paralelas, que indica o caminho a ser seguido.

A NBR 9050 foi um avanço significativo, mas a conscientização sobre a importância do piso tátil ainda é um desafio. Muitas cidades brasileiras ainda não adotam o recurso de forma adequada, comprometendo a segurança e a inclusão de milhares de pessoas.

Ampliação da Norma e a Criação da NBR 16537

A evolução do piso tátil no Brasil não parou com a NBR 9050. Em 2016, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deu um novo passo em direção à acessibilidade com a publicação da NBR 16537, que trouxe especificações técnicas mais detalhadas para a aplicação do piso tátil. Essa norma foi criada para complementar a NBR 9050, focando exclusivamente nos pisos táteis e estabelecendo critérios mais precisos para sua fabricação, instalação e manutenção.

A NBR 16537 definiu parâmetros como:

  • Dimensões e espaçamento das texturas táteis.
  • Resistência e durabilidade dos materiais.
  • Contrastes visuais para pessoas com baixa visão.
  • Métodos de instalação em diferentes superfícies.

Essa norma foi um avanço importante, pois garantiu maior padronização e qualidade no uso do piso tátil em todo o país, reforçando seu papel como ferramenta essencial para a mobilidade segura de pessoas com deficiência visual.

Atualização em 2024
Em 2024, a NBR 16537 passou por uma revisão, incorporando novas tecnologias e práticas para melhorar ainda mais a eficácia do piso tátil. Entre as atualizações, destacam-se:

  • A inclusão de diretrizes para pisos táteis em ambientes digitais e interativos, como aeroportos e estações inteligentes.
  • Recomendações para o uso de materiais sustentáveis e eco-friendly.
  • Especificações para a integração do piso tátil com outros sistemas de acessibilidade, como sinalizações sonoras e aplicativos de navegação.

Essa atualização reforça o compromisso do Brasil com a inclusão e a acessibilidade, alinhando-se às melhores práticas internacionais e às necessidades de uma sociedade em constante transformação.

Hoje, o piso tátil é um símbolo de acessibilidade e cidadania, presente em calçadas, estações de metrô, shoppings e diversos outros espaços públicos, podendo ser encontrado até em miniaturas! Sua história nos lembra que pequenas inovações podem transformar vidas e que a inclusão deve ser uma prioridade em nossa sociedade.

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